Preloader

Barista dos bastidores

Fã de esportes, filmes de ficção científica, jogos e de contemplar a natureza.
Esse é o Giovanni, lá do Studios Coffee é pra ele que a gente vai dar um #OiBarista hoje.

Oi, Barista! Quem é você? Como você se apresentaria para as pessoas? Como você gostaria de ser apresentado por nós?

Oi, eu sou o Giovanni. Eu sou Barista,  estou na área faz um tempinho, mas eu sempre tô nos bastidores assim (eu prefiro), mas por isso as pessoas não me conhecem muito.

Conta pra gente, como que você chegou aqui?

Ah, nunca me vi trabalhando num escritório. Muito formal.

Eu comecei na nutrição, não me afeiçoei muito e fui pra parte da comida que dai eu gostei muito mais. Comida é um jeito de agradar as pessoas, né? Eu acho isso uma coisa muito importante.

Estudei, trabalhei em alguns restaurantes, comecei a ficar muito fechado só na cozinha, convivendo só com cozinheiros e isso começou a me colocar a necessidade de conhecer pessoas, conversar mais com pessoas. Eu queria começar a ser mais comunicativo e preferi sair um pouco da cozinha.

Comprei um livro de barismo e foi na época que só se falava do Coffee Lab e eu fui e fiz meu curso lá.

Como conseguiu o primeiro emprego?

Fui procurar trabalho de barista e ninguém me aceitava porque não tinha experiência.

Dai consegui uma vaga numa cafeteria, só que não tinha muito espaço para aprender. Eu só tirava o café e vaporizava leite, a máquina sempre tava preparada e não podia mexer.

Mas eu queria me desenvolver como barista e fui procurar outros emprego que eu pudesse abrir esse leque de preparos de café. Conheci o Pietro que era vendedor de café, ele foi tipo um “pai” no café, ele foi me ensinando as nuances, me dava feedbacks, trazia café para eu experimentar e conhecer mais.

Até que um dia ele me levou pra ser gerente da cafeteria dele. De lá eu fui pro HM Coffee e então eu vim parar aqui.

Deve ser ótimo estar aqui, esse lugar aqui é cheio de estilo, conta pra gente qual que é seu estilo?

Sim! Eu particularmente gosto de um negócio mais de street, mais informal.

Aqui a gente é amigo do bairro, os clientes são amigos. A gente conversa de basquete, música, tipo o café ajuda, mas não é o objeto principal. Porque às vezes tem muitas cafeterias que as pessoas vão só pra tomar café, aqui não. Passa cliente aqui eu converso com o filho, eu brinco com os cachorros. É muito diferente, de verdade é acho que é ponto de qualidade de vida.

Você veio da nutrição, os planos mudaram, você foi pro café. E agora, tem algum plano pro futuro? Sei lá, comprar uma fazenda de café, ser um barista competidor ou largar mão de tudo isso?

Dentro do barismo eu já quis fazer tudo né.
Abrir a cafeteria, competir na categoria filtrado, vem torra na minha cabeça, mas não sei se tenho habilidade suficiente pra fazer isso, sei lá.

Eu como barista to no balcão o dia todo e meio que sem tempo pra treinar, daí tem que se esforçar muito mais, tem que pegar balança emprestada de não sei quem, método emprestado, arrumar dinheiro pra viajar pra ir campeonato e conciliar com horário de trabalho. A gente tem que se esforçar muito.

Dai tem hora que eu penso em fazer outra graduação, educação física, sei lá. Eu gosto muito de basquete e esportes e acho que tenho uma vocação pra ensinar também, então eu gostaria de trabalhar com preparação de atleta, essas coisas assim. Me interessa, mas são planos bem pra frente.

Além dessas vontades, você tem alguma habilidade que você acha que pode ser explorada? Aquilo que você pensa “nossa nisso aqui eu mando bem”?

Video game conta? rs

Ah, acho que sim né.

É que eu acho legal na cultura pop se eles se reinventarem. Tem essa coisa de trazer inclusão e diversidade para assuntos que são atuais, existe liberdade pra fazer isso e espaço para críticas sociais muito legais. A nova série do Lovecraft, aquela Watchmen, o novo que vão lançar dos Senhor dos Anéis.

Concordo com você, na Nude todo mundo tá por dentro da cultura pop (não sei se deu pra perceber).

Mas já isso aqui é um papo de barista, vamo falar de café um pouquinho?
O café mudou alguma coisa na sua vida: abriu a mente pra alguma coisa, mudou seu jeito de ver o mundo?

Sim, uma das coisas que mudou foi conhecer as pessoas que me trouxeram o repertório que eu tenho hoje. Inclusive com a equipe que eu formei aqui. Consigo enxergar pontos que eu podia melhorar em mim, aprendi a conviver em equipe. To aberto sempre a aprender, o café é legal pra mim que me trouxe muitas pessoas especiais na vida que me ensinaram muito.

Mas e coisas ruins… tipo, você já teve que passar um perrengue pra fazer café?  Eu por exemplo, fiquei meses esquentando água na panela elétrica pra fazer, não tinha nenhum acessório, usava guardanapo de papel e pegava água com a concha pra fazer o café, já rolou com você?

Acho que nunca tive que fazer nada parecido. O máximo é improvisar um filtro, usar filtro diferente da marca do porta filtro, adaptar. Quando eu comecei a no mundo do café, a primeira coisa que eu comprei foi uma prensa francesa: não precisa de filtro, dá pra usar qualquer moedor, se não tiver moedor vai um liquidificador se precisar moer o grão e assim você consegue fazer um café até que mais ou menos. 

Estamos nos divertindo aqui, mas vamos supor que a gente tivesse tendo um papo chato, qual café cairia bem pra essa situação?

Difícil. Um papo chato, só se for o café da minha mãe. Um café bem forte. Bem torrado, daqueles que não dá pra tomar sem açúcar não.


Ele estragaria o papo ou melhoraria o papo?

Ajudaria o papo terminar mais rápido com certeza. 

Mas tem também o outro lado, daqueles dias que você que trabalha na cafeteria e tem um monte de pedido e alguém chega pra pedir um sifão (Cafeteira Globinho), aí a conversa que até então tava boa atrás do balcão fica péssima. Não é feito pra ter na cafeteria isso, hahahaha, é pra ter em casa só pra gravar, fazer story.

Ahhh, então você é o cara do gram, um produtor de conteúdo?

Ah, eu não falei? Eu gosto de sair para fotografar, árvores, pássaros, bichos. Eu tenho uma aptidão pra fotografar natureza, quer ver? Esse final de semana eu fui no Instituto Butantã, eles fizeram um parque lá, então dá pra andar de bike, fazer piquenique, dar pra ir nos museus, ficou bem legal.

E você consegue mandar as fotos pra eu colocar na nossa conversa?

Claro!

Você já teve que fazer café pra alguém que você não queria fazer?

Acho que pra ninguém muito famoso tipo aquela história que o Paulo do Sofá Café contou. Mas tem cliente que é complicado né, sempre reclama do café. Sempre tem uma pessoa que era minha cliente que só gostava do café que eu fazia, daí outro barista fazia o mesmo café e ela achava que não era igual, dai a gente começou a ensinar ela que todos faziam iguais e agora ela vem todo dia tomar café, não importa quem faça.

Parece que vocês se deram bem então?
Ah, a gente tenta né?